domingo, 31 de agosto de 2008

Pelourinho na mídia

Veja matérias interessantes que alguns veículos de comunicação publicaram sobre a revitalização e a atual situação do Pelourinho:




sábado, 30 de agosto de 2008

Olhares sobre o Pelô

Diversos documentários já foram produzidos sobre a revitalização do Pelourinho e a sua conseqüência na vida dos moradores da região.

Podemos citar aqui o documentário No Pelô Mora Gente, que mostra um pouco do cotidiano dos moradores do Pelourinho e o dilema deles com a reforma da região. Este produto foi produzido em 2004 com a direção de Kau Rocha.


A revitalização foi assunto de um outro documentário produzido em 1998 no mandato do então vereador Zilton Rocha. Assista ao Avesso do Pelô e conheçam um pouco mais da realidade vivenciada pelos moradores do Centro Histórico da capital baiana.

Revitalização ou expulsão?

Durante a execução das obras, conforme relata o Caderno do Centro de Estudos de Ação Social, ruas e casarões tiveram suas estruturas inteiramente reformadas. Na década de 90, quando a reforma foi iniciada nas ruas do Maciel de Baixo, Maciel de Cima e Ladeira do Ferrão, muitos moradores que habitavam suas residências dos séculos XVIII e XIX foram obrigados a deixar o local em que residiam. Para tentar amenizar a situação, o Ipac ofereceu uma indenização, uma relocação definitiva e/ou uma relocação provisória.

Diante dessas opções, o destino da maioria das famílias foi aceitar a indenização oferecida, não condizente com os valores dos antigos imóveis e insuficientes até mesmo para a aquisição de novas moradias à altura daquelas em que residiam. Em matéria veiculada no jornal A Tarde em 2004, o Ministério Público Estadual criticou a atuação do Estado.

“Na avaliação do órgão, as relocações disfarçam uma política de assepsia social da área, ou seja, os poderes públicos afastam a camada mais pobre do Pelourinho através de indenizações consideradas irrisórias entre R$ 1.400 e R$ 2.800”.
(A TARDE, 2004).

A primeira etapa das obras de restauração do Pelourinho foi finalizada em 1993, durante o governo de Antonio Carlos Magalhães, e foram recuperados 109 imóveis sendo que 344 famílias foram relocadas. A partir daí, começou uma série de intervenções que se estende até hoje, cuja justificativa é a melhoria do ambiente urbano para o desenvolvimento da economia local e a atração de uma maior quantidade de turistas. Para que este fim fosse atingido, todos os meios eram justificáveis. Portanto, como parte do processo de embelezamento cultural, o que se viu foi a exclusão das famílias pobres e a elitização do Centro Histórico de Salvador.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Moradores do Pelourinho reclamam das reformas do IPAC


Os moradores do Centro Histórico de Salvador que estão tendo suas residências reformadas pelo Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (IPAC), em sua 7ª etapa, demonstraram insatisfação com a espécie de maquiagem que está sendo feita nos casarões, deixando as fachadas em perfeito estado enquanto a parte interna das casas encontra-se totalmente deterioradas.
"Só reformam a parte visível porque não são bestas. Todo mundo quer ficar com o seu por fora, quer melhorar o seu carro e subir na vida com o dinheiro dos outros. Para reformarmos a parte interna teremos que fazer um mutirão para deixar o casarão em boas condições´´, declarou Neto Bonequeiro, um dos professores do teatro de mamulengos do Centro Histórico.
A situação não é diferente para a moradora Ivonete Nascimento, 24 anos. A mãe de dois filhos, demonstrou preocupação com a estrutura do apartamento em que reside e com a permanência de sua família na propriedade. ´´O IPAC disse que só vai reformar a fachada. O local onde moramos há mais de um ano está muito danificado internamente. Moro, não pago aluguel, e tenho medo de ser retirada de lá, como aconteceu com outros moradores anteriormente´´, afirmou Ivonete.
Para a presidente da Associação de Moradores do Centro Histórico (Amach), Jecilda Mello, ´´Ivonete tem o direito de permanecer com sua família na propriedade onde reside, mas segundo ela, a moradora tem que procurar se munir de documentos legais que garantam a permanência da sua família no local´´, explicou a presidente da associação.